e o meu desejo contorna seu corpo em forma de suspiro
e do seu faço o meu
e te aspiro
e nos balançamos
dois pra lá três pra cá
terça-feira, 5 de julho de 2011
Minha saudade de você vem sendo capturada,
guardada nessa memória fotográfica.
Quando já está incapacitada,
imprimo lembranças num papel branco
imprimo em palavras
E página por página eu vejo um retrado seu
terça-feira, 7 de junho de 2011
Um dia comum de outono,
daqueles que as folham caem e fica o cheiro de percevejo
Aquele dia em que se busca uma brecha de sol escapando por entre as árvores para poder se aquecer
Aquele dia em que os olhares se encontram e se prendem
- "te pego sorrindo no pensamento"
A calçada sente a pisada
e a levesa da boemia
de quem passa
O ar respira fundo
e as palavras são tragadas
preenchendo os pulmões de ideais
com coisas das quais só quem vive
leva adiante
tão distante
como se as mãos pudessem acariciar as estrelas
Chego partida em cacos
e me deparo
com a maresia do seu corpo
Numa falsa cara de descaso
de quem não gosta das rachaduras
Mas sempre vem e me cola
me ergue, me reestrutura
você caminha
deixando sua marca na areia
que levemente é desfeita pela água
se quer que eu te siga, aviso:
o mar gosta de travessuras
e te apaga
mas te reconheço
de tanta sombra ao sol que detalha o corpo
e quando o sol se põe na sua nuca
e se esconde em suas costas
quem procura tal estrela
tem que procurar no céu da sua boca